Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

Páginas

28 fevereiro, 2014

Faça Lá um Poema

Mais uma vez, a nossa Biblioteca participa no concurso "Faça lá um Poema".
Cerca de 50 alunos apresentaram os seus trabalhos. Um júri selecionou os melhores poemas, por ciclo de escolaridade. Os vencedores foram:

1º ciclo: Sofia Nogueira Nunes, 2º ano, turma A, nº 23, As Quatro Estações;
2º ciclo:  Pedro Lopes, 5º Ano, Turma A, nº 22, Como Gosto da Natureza;
3º ciclo: Daniela Jankovic, 9º Ano, Turma C, Pequenos Detalhes.

26 fevereiro, 2014

Livros-objeto


Já leram livros que são também objetos do quotidiano?

No dia 21 de fevereiro, as turmas do 7º A, 8º D e F tiveram oportunidade de conversar com o escritor Richard Towers, autor destas obras. Os alunos puderam também ler e comentar algumas passagens das obras, ao som da viola, dedilhada pelo próprio escritor.
Foi muito bom e interessante.






20 fevereiro, 2014

Semana da Internet Mais Segura









Realizou-se a Semana da Internet Segura nas várias escolas do agrupamento. Os alunos viram pequenos filmes seguidos de debate e realizou-se também uma palestra, cujo orador foi o sr. Jorge Duque, Inspetor da Polícia Judiciária e onde os pais também estiveram presentes.




05 fevereiro, 2014

Pequenos Detalhes

Talvez seja apenas o toque suave do amanhecer,
Ou o bater revoltado porém relaxante das ondas do mar,
Talvez seja o facto de tudo à minha volta crescer,
E eu estar presa no mesmo lugar;

Tudo me deixa inquieta,
E tudo me deixa com vontade de voar,
Voar num sentido diferente,
Voar no sentido de fugir,
Voar no sentido de escapar;

Gostava de controlar esta vontade
De ir para longe, onde apenas o amanhecer ficará,
O amanhecer e o vento,
O vento e o mar,
O mar e a Terra,
Estes os únicos incapazes de me torturar;

Todos à minha volta exigem mais,
Mas ninguém tenta pôr-se no meu lugar;

A tranquilidade do sol, faz-me mergulhar,
Mergulhar no meu próprio paraíso,
Onde apenas fico eu e o magnifico rebentar das ondas
Não posso pedir mais,
Porque um pouco de paz é tudo o que eu preciso;

Às vezes é mais do que apenas difícil,
Quando todos te deixam para trás
Por mais que tu supliques por nada mais que uma mão amiga,
Pronta para te ajudar;

Talvez não seja a dor constante que se apodera de mim,
Mas a falta dela no resto das pessoas,
Esta insensibilidade do mundo
Magoa-nos a todos mutuamente;

Estou farta de me refugiar nas minhas palavras secretas,
O meu caderno parece ser a minha droga,
Mas já me faltam poucas páginas por escrever,
Por mais que aperte a letra, sei que não vai caber,
Outro facto que me apavora;

Continuo sozinha por agora,
E parece eterno,
Todos os que me amam estão fora,
Longe deste inferno;

Volto a caminhar pelas praias desertas,
Apaixono-me mais uma vez pelo som suave do mar,
Sinto-me mais acompanhada quando o vento me persegue,
Pela primeira vez não há rochas que me façam tropeçar;

Personalizo tudo na minha mente,
Não crio um sítio perfeito,
Apenas imagino outro meio ambiente;

Passam borboletas coloridas por mim,
Fazem-me perguntar como é que existem seres tão belos,
Irregulares e diferentes,
Mas tão inocentes e pequenos;

Diferentes da sociedade,
Que é grande e assustadora,
Livres das discriminações,
E ameaças do mundo de agora;

Sinto uma pontada de inveja a correr-me pelo sangue,
Quando penso na liberdade delas,
Podem voar para onde querem,
Podem voar para terras paralelas,

Sem ninguém para as impedir,
Sem ninguém a tentar detê-las,
Como me acontece a mim,
Quando tento distanciar-me desta guerra entre feras;

De monstros, de destruidores da Natureza,
É do que este planeta está coberto,
De pessoas que não pensam primeiro,
Antes de acabar com tudo o que encontram por perto,

Sento-me no meio da areia branca,
Evito pensar mais no assunto,
Mas continua a incomodar-me,
Como é que alguém é capaz de destruir algo tão puro?

Deixo os meus dedos traçar linhas entre as pedras minúsculas,
É tão valioso, é tão magnífico,
As diferentes cores de cada grãozinho de areia,
As diferentes texturas e tamanhos;

Não há nada que eu possa fazer,
Nada que eu possa pedir,
Não posso apenas por tudo de parte
E gastar o meu tempo a discutir;

Não pela falta de vontade,
Mas pelo facto de ninguém me ouvir,
Ignorar é pior que odiar na minha opinião,
Ignorar é ferir;

O brilhar do Sol ofusca-me a visão,
É tão forte, tão poderoso,
Será que mais ninguém vê o que eu vejo?
Têm de ver,
Não há maneira de evitar olhar para algo tão precioso;

Chegou como chegava sempre,
A hora do fim;

Isto era o exemplo duma tarde agradável,
No meu entender,
Eu gosto do calmo, do simples,
Dos pequenos detalhes, impossíveis de esquecer;

Pequenos detalhes como as pequenas diferenças,
Nas asas das borboletas,
Ou as diferentes intensidades do vento;

As minhas mãos tremiam,
Não por mim mas pelo meu lar,
Porque esta praia deserta,
Era onde eu me sentia bem, onde eu queria estar;

A caminho de casa senti um vento frio,
Vesti o casaco mas não passou,
Não ia passar;

Havia pessoas cruéis, e más;
E agora não me referia aos ladrões ou assassinos,
Referia-me a todos,
Todos eramos no fundo, uns criminosos;

Crime era tratar o nosso planeta assim,
Crime era ignorar todos estes factos,
Crime era não ver os pequenos detalhes,
E não lutar para os manter intactos.

 Poema vencedor do Concurso "Faça Lá Um Poema", 3º Ciclo, 
Daniela Jankovic, 9ºAno,Turma C, Nº 8, Escola B2,3 Ferreira de Castro